Como a ciência ajuda mulheres que escolhem adiar a gravidez

A mulher moderna está adiando cada vez mais a maternidade. De acordo com o ginecologista Marcelo Cavalcante, especialista em reprodução humana, esse adiamento da gravidez tem aumentado o número de casos de infertilidade feminina. Contudo, os avanços da medicina reprodutiva podem ajudar essas mulheres a experienciar a maternidade com segurança.

Segundo as Estatísticas do Registro Civil do IBGE, relativas ao ano de 2020, naquele ano, os registros de nascidos vivos feitos por mães que tinham entre 20 e 29 anos era inferior a 50%. Enquanto isso, passa dos 30% o número de nascidos de mulheres que têm entre 30 e 39 anos, além de haver um incremento de mães com mais de 40 anos de idade.

A fertilização in vitro com investigação genética de embriões e o congelamento de óvulos são técnicas de reprodução assistida cada vez mais utilizadas por esse público, indica o médico. "A fertilização in vitro pode auxiliar no tratamento de mulheres inférteis. Além disso, hoje é muito comum, mulheres jovens congelarem óvulos para, no futuro, tentarem uma gravidez", diz Cavalcante. Segundo o especialista, o público que mais busca tratamentos para engravidar é justamente o de mulheres acima dos 35 anos.

O médico ainda alerta que a idade é o principal fator que compromete a fertilidade, mas alguns hábitos e problemas de saúde também podem estar relacionados a isso. "Obesidade, tabagismo, má alimentação, sedentarismo e doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e doenças autoimunes, são outros fatores que reduzem a possibilidade de gravidez espontânea", alerta.

Ainda de acordo com o médico, a gravidez nessa faixa etária eleva os riscos de filhos com doenças genéticas, como síndrome de Down, além de complicações gestacionais, como aborto, diabetes gestacional e pré-eclampsia. Cavalcante aponta que o melhor caminho é que essas futuras mães façam um planejamento reprodutivo, indicando quantos filhos desejam ter para programar também a idade em que devem engravidar. Simbora lá?