Com 30% da população acima dos 60 até 2050, saúde bucal se torna prioridade nacional para evitar edentulismo e doenças crônicas

22/05/2025

Com o aumento da expectativa de vida no Brasil, a saúde bucal da população idosa tem se tornado um desafio de saúde pública. Apesar dos avanços na odontologia e da ampliação do acesso pelo Sistema Único de Saúde (SUS), esse cenário permanece crítico. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que, até 2050, cerca de 30% da população brasileira terá 60 anos ou mais, o que ampliará consideravelmente a demanda por cuidados odontológicos específicos para essa faixa etária.

Entre os principais problemas bucais enfrentados por idosos estão o edentulismo (perda total dos dentes), que afeta diretamente a alimentação, a fala e a autoestima, além de doenças periodontais como gengivite e periodontite, que, quando não tratadas, podem agravar quadros clínicos de doenças crônicas como diabetes e enfermidades cardiovasculares. Também são frequentes as cáries radiculares, provocadas principalmente pela retração gengival e dificuldade de higienização, bem como o câncer de boca, mais comum nessa população, especialmente entre fumantes e consumidores regulares de álcool. Outro problema relevante é a xerostomia (boca seca), geralmente causada pelo uso contínuo de medicamentos.

Apesar da gravidade dessas condições, o acesso ao atendimento odontológico ainda é limitado. De acordo com o Ministério da Saúde, apenas 30% dos idosos fizeram uma consulta odontológica no último ano. As barreiras vão desde dificuldades físicas, como mobilidade reduzida, até questões econômicas, como aposentadorias insuficientes e planos de saúde limitados, além de barreiras culturais, como a ideia equivocada de que perder os dentes é algo natural do envelhecimento.

O modelo de atenção odontológica ainda é, majoritariamente, voltado para ações curativas, quando o ideal seria o foco preventivo ao longo da vida, com reforço na manutenção durante a terceira idade. Negligenciar a saúde da boca na terceira idade traz consequências que vão além do desconforto. Estudos da Universidade de São Paulo (USP) indicam que infecções bucais maltratadas aumentam o risco de pneumonia aspirativa, comum em idosos acamados ou institucionalizados.

A perda de dentes também está associada à desnutrição, fragilidade física e maior risco de quedas. Por isso, especialistas reforçam a importância de campanhas de educação em saúde, acompanhamento preventivo desde a meia-idade e uma abordagem integrada entre odontologia e geriatria.

Atenção personalizada e novos recursos
Para idosos com mobilidade reduzida ou acamados, empresas como a da Dra. Luciana Tedesco, Home Dental Care LTDA, oferecem atendimento domiciliar especializado, garantindo cuidado integral mesmo em situações de maior vulnerabilidade. Em um caso relatado pela dentista, um idoso que apresentava dores persistentes foi inicialmente atendido em casa. Contudo, a gravidade do quadro exigiu seu encaminhamento a um centro cirúrgico, onde foi possível realizar um diagnóstico preciso e o tratamento adequado. "Apesar da dedicação da família, que zelava pela fisioterapia, higiene e banho do paciente, a revisão bucal, recomendada a cada quatro meses, havia sido negligenciada, evidenciando a importância de incluir a saúde bucal na rotina de cuidados regulares", explica.

Para Tedesco, práticas diárias são fundamentais para evitar ou minimizar os impactos da deterioração da saúde bucal em idosos. Simbora ?

• Higiene bucal diária com escovação adequada e uso de fio dental – preferencialmente com escovas de cerdas macias e creme dental com flúor.

• Hidratação constante e uso de saliva artificial ou géis lubrificantes bucais, especialmente em casos de boca seca.

• O uso de irrigadores bucais, como os oferecidos pela Relaxmedic, é especialmente importante. Esses dispositivos são ideais para complementar a higiene. A pressão suave da água facilita a limpeza interdental e da gengiva, prevenindo inflamações e melhorando a higienização geral.

• Visitas regulares ao dentista para prevenção, limpeza profissional e diagnóstico precoce de lesões ou infecções.

"A saúde bucal na terceira idade é uma peça-chave para o bem-estar geral e a qualidade de vida, exigindo atenção contínua e soluções inovadoras que atendam às necessidades de uma população cada vez mais longeva", finaliza.